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MAIS UM FINAL DE SEMANA DE RELIGIOSIDADE  - 26.03.2010 às 17:36:47

Por: José de Mário Moraes Ferreira

Como parte da programação do projeto Quaresma Cultural, a Irmandade Bom Jesus dos Navegantes realizou ontem, 25, a procissão da Fugida e amanhã, 26, a do Encontro. O projeto Quaresma Cultural foi criado pela Secretaria de Estado da Cultura (Secma), por meio da Superintendência de Cultura Popular (SCP).

Segundo o diretor do Centro de Cultura Popular Domingos Vieira Filho, Sebastião Cardoso, as procissões marcam um momento de extrema tradição dos maranhenses. “Nelas se poderão perceber resquícios de uma religiosidade secular”, diz ele, referindo-se, sobretudo, às imagens que serão conduzidas pelos membros da Irmandade Bom Jesus dos Navegantes.

De acordo com Sebastião Cardoso, os andores pesam em torno de 600 quilos. “São imagens antigas, que têm em torno de 200 anos, mesmo tempo da Irmandade’, afirma. Para carregar, cerca de 15 homens. “Todos utilizando os trajes da Irmandade”, acrescenta o diretor do Domingos Vieira Filho.

A procissão da Fugida partiu da Igreja de Santo Antônio (onde se localiza a Capela de Bom Jesus dos Navegantes). O andor de Bom Jesus saiu coberto em direção à Igreja da Sé. Conforme explica Sebastião, essa procissão simboliza a fuga de Jesus Cristo para o Monte das Oliveiras. “Por isso, em todo o trajeto, percebemos uma introspecção maior. Os fiéis se mostraram em postura de oração”.

Na Catedral da Sé, o andor não é descoberto até que se façam as orações e os fiéis deixem a Igreja. “Trata-se de um ritual de muita fé e respeito”, justifica Sebastião Cardoso. Somente na manhã da hoje, 26, o andor é decorado para a procissão do Encontro.

Paralelamente a isso, o andor de Nossa Senhora das Dores se prepara na Igreja de Santo Antônio, de onde sairá em procissão às 17h de hoje em direção ao Largo do Carmo. Nesse mesmo horário acontecerá uma missa na Igreja da Sé, após a qual Bom Jesus dos Navegantes segue para o Largo do Carmo. “Daí o nome de Procissão do Encontro”, revela Sebastião Cardoso.

No Largo do Carmo, o andor com a imagem de Bom Jesus dos Navegantes será colocado em frente à agência dos Correios, na João Lisboa, enquanto o de Nossa Senhora das Dores ficará na Rua da Paz. Na esquina será montado um púlpito, de onde um Padre fará o tradicional sermão. “É quando o religioso fala sobre o significado do caminho de Jesus para o Calvário e a importância do encontro com Nossa Senhora, exatamente o que será simbolizado nas procissões”, descreve Sebastião.

Em seguida, os fiéis seguem, com as duas imagens, em direção à Igreja de Santo Antônio. Antes, porém, a procissão passa pela Igreja do Carmo e de lá sobe a Rua Grande, passando pela Rua de São João até chegar à Praça Antônio Lobo (onde se localiza a Igreja de Santo Antônio).

Antes de conduzirem a imagem de Bom Jesus de volta à Capela dos Navegantes, os membros da Irmandade simbolizam as três quedas de Jesus a caminho do Calvário, “conforme a tradição”, diz Sebastião Cardoso. Já na Capela as imagens são colocadas nas laterais do altar, enquanto os fiéis fazem as orações e executam cânticos religiosos. O ritual se encerra.

Curiosidade

Acompanhando a procissão de Bom Jesus dos Navegantes segue uma figura tradicional em eventos religiosos da Quaresma, conhecida por Verônica. Sebastião Cardoso conta que a função dessa personagem, na procissão, é conduzir os cantos que serão executados pelos fiéis. “Na verdade, a Verônica representa a mulher que enxugou o rosto de Jesus, em uma das quedas em direção ao Calvário, para a crucificação”.

Essa figura é representada por uma cantora “ou por uma mulher com bastante experiência religiosa”, diz Sebastião Cardoso. Além de acompanhar a procissão até o Lago do Carmo, a Verônica exerce um papel fundamental na Igreja de Santo Antônio, à chegada das duas imagens na Capela de Bom Jesus dos Navegantes. “Quando as cortinas se abrem, ela já está lá e, mais uma vez, canta para que os fiéis acompanhem”, acrescenta o diretor do Domingos Vieira Filho.

Tradição
A Irmandade de Bom Jesus dos Navegantes é a mais antiga do Maranhão. Tem cerca de 200 anos em atividade. “Isso devemos, sobretudo, a uma figura emblemática do catolicismo maranhense, chamado Augusto Aranha. Foi ele que, à frente da Irmandade (de 1920 até o final da década de 1990), manteve os rituais tradicionais do grupo”, finaliza Sebastião Cardoso.

Texto e Fotos: Junior Vieira (Ascom.Secma)




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