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TRADIçãO E RELIGIOSIDADE - 04.01.2010 às 18:03:03

Por: Fábio Costa

Janeiro é, tradicionalmente, o mês em que se desmontam as árvores de natal, o que é feito, na maioria dos casos, no Dia de Reis (06/01). Em comunidades mais apegadas às tradições, entretanto, esse processo de desmonte é antecedido pela Queimação de Palhinhas, ritual religioso centenário realizado, sobretudo, no Maranhão e em algumas cidades de Portugal. A cerimônia aconteceu nos dias 06/01, no Centro de Cultura Popular, e no dia 08/01, no Museu Histórico e Artístico do Maranhão, ambos às 19h.

Homenagem ao Menino Jesus, a Queimação de Palhinhas retrata os reis magos em visita ao recém-nascido na manjedoura. É feita por meio de ladainhas cantadas em latim, diante de um presépio natalino, com rezas e orações. “Trata-se de uma manifestação extremamente religiosa”, diz o chefe do Centro de Cultura Popular Domingos Vieira Filho, Sebastião Cardoso, responsável pela organização do evento.

A Queimação programada pela SECMA, todos os anos, acontece em dois locais, no Centro de Cultura e no MHAM. “Este ano, entretanto, o Museu foi impossibilitado de realizar o ritual, que foi retomado agora, em janeiro de 2010”, revela Sebastião Cardoso.

Nos dois espaços em que aconteceu a Queimação de Palhinhas, os rituais seguiram o mesmo esquema. A diferença foi que, no Centro de Cultura, as ladainhas foram cantadas por um grupo de rezadeiras, enquanto no Museu Histórico quem ficou responsável por essa atividade foi o próprio Sebastião Cardoso, acompanhado por um grupo de Câmara da Escola de Música do Estado do Maranhão Lilah Lisboa (EMEM).

O processo
A Queimação de Palhinhas consiste em colocar uma planta chamada murta em um fogareiro. “Esse vegetal é o mesmo utilizado para decorar presépios e exala um odor agradável quando queimado”, diz Sebastião Cardoso. De acordo com o chefe do Domingos Vieira Filho, quem estiver na cerimônia pode participar da queimação. “É só pegar um ramo de murta e colocar no fogareiro”.

Após a queimação das palhinhas, foi feita apresentação de quatro grupos populares de Pastor e Reis.


Júnior Vieira
Ascom Secma

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