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RESGATE DA HISTóRIA - 21.01.2010 às 17:36:18

Por: Fábio Costa

Em 2008, movido pela necessidade de modernização e pela oportunidade gerada por um programa do Banco Nacional de Desenvolvimento Sustentável (BNDES), o Arquivo Público do Estado do Maranhão (APEM), da Secretaria de Estado da Cultura (Secma), desenvolveu o Projeto de Revitalização do Laboratório de Conservação e Restauração de Papéis Lacrepe. A idéia central é fazer a restauração de códices e documentos avulsos referentes aos séculos XVIII e XIX.

Códices são agrupamentos de documentos encadernados. Tomam a forma de livros, onde existem termos de abertura explicando de que se tratam os registros reunidos. “Muitas vezes, esses códices já vinham prontos de Portugal. Era só preencher. Em outros casos a encadernação era feita aqui em São Luís”, explica a técnica do Arquivo Público, Maria Helena Espínola, responsável pelo Projeto.

Ao todo são 100 códices e 300 documentos avulsos à espera da liberação dos recursos do BNDES para começarem a ser recuperados. “O processo já está em andamento e esperamos que até o final de fevereiro já estejamos executando as ações de restauração”, conta Maria Helena.

A reforma do laboratório, onde serão realizadas as atividades do Projeto, já está em fase de conclusão e localiza-se no próprio Arquivo Público do Estado, na Rua de Nazaré (Centro). É composto de duas salas, para que os documentos fiquem mais bem acondicionados enquanto passam pela restauração que, aliás, é complexa. “O processo executado depende do estado de cada um dos documentos. Em geral são feitas lavagens químicas, obturações e utilizado um papel japonês para tentar resgatar esses registros históricos”, ressalta a diretora do Arquivo Público do Estado, Conceição de Maria Silva Rios.

Acervo
Os documentos englobados pelo Projeto de Revitalização referem-se a mapas de população (brancos, negros, indígenas), registros de batizados, processos de doação de terras, correspondências enviadas para o Governo do Maranhão, passaportes, entre outros.

Esse material já se encontra sob a responsabilidade de guarda do Arquivo Público, bem como outros que estão sendo recuperados, aos poucos, por técnicos do APEM. O Órgão, inclusive, dispõe de um acervo com documentos de todas as épocas da história sociopolítica de São Luís e de outros municípios do Maranhão. “Há alguns que se encontram em outros órgãos do estado. Mas a idéia é reunir tudo no Arquivo Público, local próprio para isso”, diz Conceição de Maria Silva Rios.

A diretora do APEM revela que esses registros, que revelam a rica história de São Luís, só existem devido aos administradores públicos daqueles séculos preservarem todo e qualquer documento referente às atividades realizadas no Maranhão. “Isso não vem sendo feito atualmente. Muitos documentos são jogados em qualquer lugar, sem nenhum tipo de preocupação com a manutenção da história maranhense”, alerta Conceição de Maria, creditando esse desleixo à ausência de uma política de arquivos no Maranhão. “Uma política assim é fundamental para que se dê continuidade ao registro das atividades no estado”, completa.

O projeto
Ao todo, serão gastos R$ 494.139,48 apenas na modernização do laboratório do Arquivo Público do Estado. A reforma foi financiada pelo Governo do Estado “uma contrapartida da Secretaria de Estado da Cultura para que o Projeto de Revitalização fosse aprovado”.

O valor aprovado ainda não chegou ao APEM. De acordo com Conceição de Maria Silva, isso se deve à parte burocrática do processo, que exigiu documentos e certidões que não foram enviadas, de uma só vez, por todos os órgãos e instituições que tiveram projetos aprovados. “O nosso, cuja responsabilidade pertence à Associação de Amigos do Arquivo Público do Estado do Maranhão, foi um dos primeiros a enviar essa documentação. Já até recebemos, ano passado, a visita de um técnico do BNDES”, diz Maria Helena Espínola.

Enquanto isso, o APEM está organizando a equipe que fará parte do Projeto, sob a coordenação técnica da especialista em restauração de documentos, Vanda Maria Coelho Lima, atualmente professora do Centro de Criatividade Odylo Costa, filho. “Ao todo serão 10 pessoas, entre agentes executivos e técnicos em laboratórios”, finaliza Conceição de Maria Silva Rios.


Júnior Vieira
Ascom Secma

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