Por: José de Mário Moraes Ferreira
Após o sucesso nos arraiais do “São João dos 400 anos”, promovido pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Cultura (Secma), técnicos da Secma trabalham o relatório de avaliação da festa. Nos 15 dias de folia junina em 14 arraiais oficiais e 180 espaços comunitários, foram 2.146 apresentações de 500 grupos juninos e 114 shows de artistas maranhenses.
O superintendente de Ação e Difusão Cultural (SADC) da Secma, Wellington Reis, afirmou que é necessário avaliar o desempenho dos grupos folclóricos que participaram do São João. No bojo dessas análises, que poderão resultar em mudanças para o período junino do próximo ano, estão a postura dos donos das brincadeiras juninas quanto ao horário e cumprimento do tempo de apresentação.
“Muitos grupos chegam até com duas horas de atraso e querem fazer a apresentação, passando às vezes até do horário de funcionamento permitido pela Secretaria de Segurança Pública, que é 2h da madrugada”, relatou Reis.
Uma das coordenadoras do “São João dos 400 anos”, Márcia Renata, ressaltou que o cumprimento do horário e tempo de apresentação deve ser respeitado pelos grupos e cantores maranhenses, pois todos assinam termo de compromisso com a Secma. “O dia e o horário acordados precisam ser mantidos para evitar contratempos e a insatisfação do público, que vai para o arraial e quer ver a brincadeira que foi divulgada na programação oficial”, declarou.
No relatório da Secma também deve constar a retomada da pesquisa Quantitativa/Qualitativa sobre o Bumba Meu Boi do Maranhão, realizada pela professora Esther Marques, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), entre 2009 e 2010. Nesta etapa, a pesquisadora fez um trabalho de observação de 130 bois e grupos diversos. Para desenvolver o estudo, ela conta com uma equipe municiada com câmeras fotográficas, filmadoras, caneta e papel.
“Essa pesquisa não tem como critério a beleza, a estética, o visual e nem quem tem mais brincante ou quem chama mais público. Pelo contrário, considerando o boi como patrimônio nacional, ela contempla alguns detalhes como a relação da brincadeira com a comunidade de origem, se é de terreiro ou se é apenas comercial”, relatou.
Das 130 brincadeiras estudadas, 64 são grupos de bumba meu boi vindos do interior do estado e que fizeram parte da programação oficial da Secma no período de 23 a 30 de junho.
Após a finalização da pesquisa, a estudiosa destacou que essas brincadeiras serão chamadas para participar de seminários. “Vimos muita descaracterização nos grupos: o desaparecimento do caboclo de fita, do vaqueiro campeador, pois quem campeia o boi hoje é só a índia. São mudanças que precisam ser entendidas, assim como suas consequências”, alertou.
Texto: Léa Verônica Martins (SADC/SECMA)
Foto: Antonio Martins (SECOM)
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