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Talento, alegria e pluralidade marcam abertura da XI Semana Maranhense de Dança



Cerimônia reuniu dezenas de pessoas na Praça Nauro Machado.

Uma onda de talentos inundou a Praça Nauro Machado, no bairro da Praia Grande, na noite desta segunda-feira (30). A abertura da XI Semana Maranhense de Dança, que tem como tema "Liberdade em Movimento" atraiu dezenas de pessoas admiradoras da expressão artística mais corporal de todas.
A programação iniciou às 17h com o cortejo que saiu da praça Deodoro em direção a praça Nauro Machado. Participaram do trajeto Cia Street Masters, Dance Class, Movimentar Cia de Dança e O Circo tá na rua.

As apresentações na Nauro Machado iniciaram às 19h com o Núcleo de Arte Educação, projeto em Parceria com a Secretaria de Estado da Educação e a Secretaria de Estado da Cultura e Turismo, por meio do Teatro Arthur Azevedo. Com coreografia assinada pelo paulista Anderson Couto, os jovens bailarinos arrancaram suspiros, gritos e aplausos da plateia. Para André Lima, bailarino do NAE, a experiência foi arrebatadora.

"Depois de quase dois meses ensaiando sem parar, abrindo mão de muitas coisas, ouvir um "quase chorei" ou um "não consegui piscar" é o que vale todo esforço, a troca de energia com cada um ali foi maravilhosa e é algo que não se tem como explicar, apenas sentir, chego hoje com o sentimento de que o que tinha que ser passado foi passado." enfatizou o jovem.

O estudante Luís Lopes, de 22 anos, contou que já acompanha a Semana pelo segundo ano consecutivo. Para ele, essa é uma oportunidade enorme de tornar cada vez mais popular a dança na cidade.

"Eu tenho amigos que dançam e sei que quando a Semana é anunciada, vira um frenesi. Eles procuram ensaiar novas coreografias, pensar os conceitos de cada coreografia e suam muito a camisa pra alcançar o resultado positivo, que é se apresentar e dar tudo certo. Esse evento é maravilhoso pois faz a dança ficar cada vez mais popular em São Luís", confirma.

Jazz, contemporânea, dança de salão e um passeio pelas danças urbanas e populares. As apresentações mostraram a pluralidade que somente a dança permite alcançar.

Em uma das performances mais divertidas da noite, a Vertu Casa de Artes encheu o palco de muita alegria e diversidade. "Nosso perfil é esse, é mostrar que todo mundo pode dançar. A ideia é fazer um espetáculo que mostre empatia, que faça com que o público se veja representado", explica Rebeca Carneiro, coreógrafa da Vertu.

Outra apresentação marcante da noite ficou por conta do Ateliê Contemporâneo CIA de Dança, com a coreografia "Sangrando Juntas". A performance conta a história de de um relacionamento abusivo que culmina em um estupro.

Kleverson Froz, de 22 anos, é um dos personagens da história coreográfica. Para ele, a preparação para interpretar um homem violento em um relacionamento abusivo foi desafiadora.

"É muito importante levar esse assunto importante a ser discutido através da dança. Nosso objetivo é atiçar a sociedade para esse tema que tem sido cada vez mais recorrente. Desde o começo foi difícil se preparar porque o tema é delicado. Teve todo um preparo com as meninas, pois é muito forte. Cada ensaio era um desafio", revela.

Eventos com a Semana de Dança contribuem para levantar questões e suscitar debates, além de dar visibilidade à arte. Quem afirma isso é Celso Brandão, Diretor do Teatro Arthur Azevedo.

"O Governo do Estado tem permitido essa relação democrática, proporcionando espaços e meios necessários para criar debates plurais através da dança. É uma celebração, uma confraria. Estamos em São Luís em vários pontos e na semana que vem iremos para mais cinco municípios. Daqui a um tempo, como venho falando, a Semana vai se tornar um evento de nível internacional", vislumbra.

Publicado em 01.11.2017