Por: José de Mário Moraes Ferreira
A Casa de Nhozinho, espaço de exposições do cotidiano e índio, anexo do Centro de Cultura Popular Domingos Vieira Filho, situado na Rua Portugal 185, na Praia Grande foi o espaço escolhido pelo fotógrafo maranhense Márcio Vasconcelos para mostrar seu mais recente trabalho a exposição fotográfica Terecô – A Magia dos Tambores da Mata Codoense, projeto selecionado no Edital Universal de Apoio a Cultura Maranhense da Secretaria de Estado da Cultura, aberta ao público de terça a domingo, das 9h às 18h.
Levando em consideração a importância e o misticismo da cidade de Codó (MA) dentro do culto à religião de matriz africana, que nessa região ganhou a denominação de Terecô, e a grandiosidade da maior festa da umbanda do Maranhão, promovida pelo Mestre Bita do Barão de Guaré, a exposição “Terecô – a Magia dos Tambores da Mata Codoense” é uma pesquisa e uma documentação fotográfica, sob a forma de um ensaio artístico, realizada durante todo o ciclo do Festejo dos Santos e Orixás da Tenda Espírita de Umbanda Rainha Iemanjá que acontece anualmente no mês de agosto, na cidade de Codó, autodefinida como a capital mundial da feitiçaria, informa Márcio Vasconcelos.
Terecô é a denominação dada à religião afro-brasileira tradicional de Codó – uma das principais cidades maranhenses, na zona do cerrado, na bacia do rio Itapecuru, a mais de 300 km de São Luís. É também conhecido por “Encantaria de Barba Soêra” ou Bárbara Soeira (entidade sincretizada com Santa Bárbara) e por Tambor da Mata, ou simplesmente Mata (em alusão à sua origem rural ou para diferençá-lo da Mina surgida na capital). Informa a antropóloga Mundicarmo Ferretti.
Embora o Terecô tenha se originado de práticas religiosas de escravos das fazendas de algodão de Codó e de suas redondezas, sua matriz africana é ainda pouco conhecida. Apesar de exibir elementos jeje e alguns nagô, sua identidade é mais afirmada em relação à cultura banto (angola, cambinda) e sua língua ritual é, principalmente, o português. Geralmente no Terecô os pais e mães de santo são também curadores, embora existam na região “raizeiros”, preparadores de “mezinhas”, que são ali mais conhecidos por “cientistas” (doutores do mato) do que por terecozeiros, macumbeiros ou umbandistas.
O Fotografo
Márcio Vasconcelos consegue transmitir em sua exposição Terecô a forte energia da cultura afro-descente no Maranhão, através de sua lente. Fotógrafo profissional independente há mais de 20 anos e há quase uma década se dedica a registrar as manifestações da Cultura Popular e Religiosa dos afro-descendentes, Márcio Vasconcelos é autor do projeto Nagon Abioton – Um Estudo Fotográfico e Histórico sobre a Casa de Nagô, aprovado pela Lei Rouanet e no Programa Petrobras Cultural/2009, editado na forma de livro sobre um dos terreiros mais antigos do Tambor de Mina no Maranhão.
Foi vencedor do 1º Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afro-brasileiras/2010 (Fundação Cultural Palmares/Petrobras) com o projeto Zeladores de Voduns do Benin ao Maranhão, Exposição Fotográfica que mostra as semelhanças entre Sacerdotes de culto a voduns na África e no Brasil. Teve selecionado para leitura de portfólios no Trasatlantica/PhotoEspaña 2012, o projeto Zeladores de Voduns do Benin ao Maranhão.
Vencedor do XI Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia e finalista do Prêmio Conrado Wessel 2011 com o projeto Na Trilha do Cangaço – Um Ensaio pelo Sertão que Lampião pisou.
Serviço:
Que: Terecô – A Magia dos Tambores da Mata Codoense - Exposição Fotográfica de Márcio Vasconcelos
Onde: Casa de Museu Casa de Nhozinho - Rua Portugal, 185 – Praia Grande
Visitação: De Terça a Domingo das 9h às 18h
Informação: 3218-9951
Texto: Mario Ferreira (Ascom.Secma)
Fotos: Márcio Vasconcelos
Anexo: 2012.06.04-Expo_Tereco_572a.jpg
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