Por: Joseane
Iniciamos hoje (20/04), o cronograma da programação virtual das ações culturais com objetivo de oferecer ações de entretenimento e conhecimento para o período de isolamento social durante a pandemia do coronavirus.
Toda segunda-feira traremos DICA DE LEITURA de romances de Josué Montello contendo imagem, breve resumo e indicação de link de artigos ou resenhas sobre o romance, quando houver.
Dos 26 (vinte e seis) romances do escritor, apresentamos aqui 7 (sete) deles.
OS DEGRAUS DO PARAÍSO – 1965
Romance passado à luz da infiltração do protestantismo no Brasil. É um livro que expõe e questiona problemas como: Deus, fé e liberdade. Tudo acontece em São Luís do Maranhão no ano de 1918, durante a fase em que a gripe espanhola estabelecia pânico e pavor em toda a população. Em torno do drama central, a conversão de uma mulher por um arrogante reverendo. É uma crítica ao fanatismo religioso, em que a morte é presença constante. O autor faz gravitar o período entre as duas grandes guerras mundiais – em que a cidade de São Luís se descoloniza, restituindo-lhe ambiência local.
LABIRINTO DE ESPELHOS – 1952
Passado em São Luís no Maranhão, os personagens deste romance são: uma velha rica, viúva e sem filhos e vários parentes e amigos pobres cheios de cobiça e inveja, que esperam sua morte. No entanto, ela vai sobrevivendo em meio à ira dos herdeiros. Não faltam à narrativa situações cômicas que ajudam a compreender melhor a pequenez da inveja humana.
A DÉCIMA NOITE – 1959
Tendo como cenário a cidade de São Luís, o eixo narrativo escolhido pelo autor é o artigo do Código Civil sobre o chamado “erro essencial de pessoa”, que prevê a anulação do casamento na hipótese do defloramento da mulher ignorado pelo marido, cujo prazo de ação é de dez dias. A trama tem origem no complexo materno de Abelardo e no complexo paterno de Alaíde, dessas anomalias decorre a problemática do romance.
“Todos os personagens de "A décima noite" movem-se como figuras de fundo para os principais: Abelardo e Sinhazinha, de um lado; Alaíde e Dr. Paiva, do outro. Mesmo assim, Sinhazinha existe apenas na memória. Armado o esquema, pode Josué Montello tirar o máximo de sua gente. Numa concentração proustiana de personagens, Abelardo assume o papel semi-onisciente de Swan, enquanto os outros dois formam o campo oposto, inesperado e imprevisível. Poucos romances brasileiros dos últimos anos têm o sentido de suspense de "A décima noite". Depois do casamento, à medida em que a décima noite se aproxima, a narrativa se concentra nas perguntas que ocorre em todo inesperado: que será? por que? como?
Lucíola, o caseiro do Anil, Madame Fleury, Tavares, Emiliano, destacam-se com nitidez, tanto em simples presenças como em diálogos. Sendo minucioso, espalha Josué Montello sua gente pela paisagem do romance, para erguer, com eles, um tempo e um lugar. E a cidade de São Luís, em que decorre toda a ação da história, não se firma no livro apenas em passagens descritivas ao gosto do antigo paisagismo literário, mas também, e principalmente, no clima psicológico elaborado pelo romancista” Antonio Olinto - Tribuna da Imprensa (RJ) 22/4/2008
LARGO DO DESTERRO – 1981
Em torno do personagem central Major Ramiro Taborda, que tem mais de 150 anos, discute-se a validade de se viver tanto ou se a morte, longe de ser uma derrota representa a sabedoria quando encarada como um limite natural. Ao longo de sua vida passada no Maranhão, outros personagens vão aparecendo e desaparecendo, levados pela morte. Por ter vivido demais, não encontra mais sentido na vida, a não ser de sua própria solidão. O romance, na intensidade crescente de sua trama, examina o problema à luz de experiências profundas.
A COROA DE AREIA – 1979
A Narrativa permite compreender a história política através do grande ciclo das revoluções brasileiras, entre 1922 e 1937, incluindo a rebelião comunista de 1935, a marcha da Coluna Prestes, a prisão de Graciliano Ramos e a reação dos jovens nesse processo de transformação política do país, oferecendo um quadro fiel da vida política brasileira naquele período. Através da militância política do maranhense João Maurício recupera-se aspectos importantes da história maranhense nunca antes explorado.
CAIS DA SAGRAÇÃO – 1971
Romance do mar, em que as águas do litoral maranhense invadem o cenário com seus barqueiros e o povo em sua expressão mais genuína. Uma lição de vida, ressaltando o valor da força de vontade: o barqueiro Severino, homem simples e rude, desenganado pelo médico decide continuar vivendo. Mesmo velho, doente e cheio de frustrações, encontra forças de outros tempos para vencer a tormenta e ultrapassar o limite da vida.
JANELAS FECHADAS – 1941
Escrito quando o autor tinha 20 anos, o romance tem como cenário a cidade de São Luís. Passado na década de 30, mais precisamente na Vila do Anil, destacando os costumes, hábitos, bisbilhotices e intrigas de seus moradores. Ressalta o poder da compreensão e do carinho na vida de pessoas deficientes. É a trajetória de Benzinho, que deixando o colégio de freiras vai viver com a mãe e o irmão as dificuldades de uma maternidade concebida fora do casamento.
Para complementar a leitura indicamos a resenha sobre o lançamento da reedição do romance que aconteceu em janeiro de 2018, escrita pelo Professor @prof_joseneres - escritor e membro da Academia Maranhense de Letras e da Sobrames.
https://files.comunidades.net/joseneres/Ilha34.pdf
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