Por: José de Mário Moraes Ferreira
Já está no sul do Maranhão uma equipe formada por arquitetos, historiadores, assistentes sociais e fotógrafos da Superintendência de Patrimônio Cultural (SPC), da Secretaria de Estado da Cultura (Secma). Os profissionais irão realizar um mapeamento em Carolina, que será feito por meio de levantamentos arquitetônicos, fotográficos e pesquisa sócio-econômica. A ação faz parte das atividades do projeto Preservação e Valorização do Acervo Urbanístico, Arquitetônico e Paisagístico dos Centros Históricos Maranhenses de Carolina, Caxias e Viana.
O inventário irá identificar as características arquitetônicas da cidade. Segundo a arquiteta Justina Castro, que integra a equipe, diferentemente de São Luís, que apresenta linhas arquitetônicas bem definidas (portuguesas, em sua maioria), em Carolina não se sabe, ainda, quais influências definiram a construção dos prédios. “Isso é dificultado, sobretudo, pelas interferências dos moradores. Muitos entendem que basta conservar algumas partes da fachada do casario quando, na verdade, os cuidados devem ser maiores”, diz.
A arquiteta refere-se ao fato de, em muitos prédios, algumas áreas das fachadas terem dado lugar a portas e portões. Em outras situações, revela Justina Castro, a modificação foi ainda maior. “Há casas que foram transformadas em uma só, uma forma de ampliação do espaço encontrada pelos moradores, mas que acabou por descaracterizar as edificações”.
A tarefa da equipe, assim, será analisar cada um dos prédios e tentar encontrar as principais características, para que se possa afirmar quais as influências mais relevantes, bem como quais prédios possuem maior importância, sob o ponto de vista histórico, para Carolina.
A pesquisa também irá identificar as principais modificações promovidas nos prédios históricos pelos moradores da região. “Apesar de alguns prédios terem sofrido uma alteração grande, ainda há elementos que permitem identificar a qual tendência arquitetônica esses imóveis pertencem”, afirma Justina Castro.
Outra vertente do inventário está sob a responsabilidade dos profissionais de Serviço Social que integram a equipe. Eles estão encarregados de fazer a pesquisa sobre o perfil dos moradores de Carolina, o que inclui informações sobre ocupação e renda das famílias, bem como recolher dados referentes aos serviços oferecidos no Centro da cidade, como igrejas, templos religiosos.
A arquiteta revela que o inventário será minucioso. Por conta disso, cada um dos prédios será analisado isoladamente. Além disso, um fotógrafo acompanha as vistorias e está encarregado de registrar detalhes da fachada, sobretudo, e de outros pontos importantes do casario.
O extremo cuidado tem outro motivo, além da necessidade de avaliação cuidadosa. “Nós pretendemos catalogar o material e reunir tudo em um livro, um Inventário do Patrimônio de Carolina”, conta Justina Castro. De acordo com ela, a publicação está prevista no projeto inicial e deverá ser lançada durante a Semana do Patrimônio de Carolina, ainda sem data definida.
Metodologia – Para realizar o inventário, a equipe da Superintendência de Patrimônio Cultural dividiu a cidade de Carolina em setores. “Para que nada escape às pesquisas”, justifica Justina Castro.
Paralelamente ao inventário, os profissionais da SPC irão realizar uma qualificação voltada à formação de uma equipe técnica em Carolina. Justina Castro revela que o objetivo principal é criar um departamento de monitoração do patrimônio da cidade. Segundo a arquiteta, isso irá facilitar a preservação dos imóveis, no sentido em que viabilizará ações mais rápidas e efetivas.
O retorno da equipe à São Luís está previsto para o domingo, 19. Mas, caso seja necessário, a Superintendência de Patrimônio Cultural fará uma nova visita à Carolina. Nas cidades de Caxias e Viana, que fazem parte do Projeto, o inventário ainda não tem previsão para acontecer. “Iremos organizar essa primeira etapa e aguardar as próximas demandas”, finaliza a arquiteta.
Texto: Júnior Vieira (Ascom Secma)
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