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SãO JOãO DO MARANHãO ENCERRA COM SALDO POSITIVO  - 30.06.2014 às 16:35:54

Por: José de Mário Moraes Ferreira

Uma profusão de ritmos somada à energia contagiante de um dos ícones da música nordestina marcou a noite de São Pedro, a última do Arraial da Lagoa, neste domingo (29). Cinco manifestações folclóricas, sendo um cacuriá e quatro grupos de bumba meu boi, além da apresentação do cantor Alceu Valença, animaram o terreiro junino, que integra a programação do “São João do Maranhão - A Copa da Cultura Brasileira” realizado pelo Governo do Estado, por meio das Secretarias de Estado de Cultura, de Turismo e de Comunicação Social.

A Polícia Militar contabilizou um público de 26 mil pessoas e nenhum incidente na área da festa. A tranquilidade foi um dos itens elogiados pelo público, desde a primeira noite até a última (de 19 a 29). O mesmo também foi observado nos outros arraiais coordenados pelo Governo do Estado, incluindo praças dos Vivas, Ceprama (Madre Deus), Praia Grande e Parque Folclórico da Vila Palmeira.

Segundo a secretária de Estado de Cultura, Olga Simão, o saldo junino foi positivo e a festa agradou a todos. “O Governo do Estado cumpriu seu papel de incentivar o folclore maranhense, por meio da realização de mais uma festa junina em diferentes pontos da capital e também no interior do estado, tudo dedicado às famílias maranhenses. Só em São Luís, foram 550 apresentações, abrindo espaço para todos os ritmos maranhenses.

Realizamos uma festa com segurança, acima de tudo”, destacou Olga Simão, agradecendo ao público que prestigiou os arraiais e aos artistas que trabalham o ano inteiro para animar as noites de junho.

De acordo com o major Roberto Moreira Filho, que coordenou as ações nos Arrais instalados no Centro Histórico e na Lagoa da Jansen, houve reforço no policiamento para garantir tranquilidade a maranhenses e visitantes. Foram 75 por noite, distribuídos conforme a estratégia de trabalho, todos voltados para a prevenção e orientação ao público, incluindo turistas e crianças. “Nossos policiais atuaram a pé, em viaturas, motos e utilizamos também a tropa de choque. Hoje é a última noite e nossa avaliação é positiva. Nenhum incidente grave registrado, o que prova o sucesso do evento”, afirmou.

Elogios

O último dia da festa no Arraial da Lagoa atraiu gente de diversos bairros, turistas de outras cidades e países. O francês Jean Dunas afirmou: “Fiquei encantado com o que vi, pois já haviam me falado sobre São Luís do Maranhão, mas nunca havia tido a oportunidade de vir até aqui. Realmente, é uma festa muito bonita”, elogiou.

A administradora Wellen Coqueiro estava com amigas e assistiu às apresentações das danças próximo ao tablado, por onde passaram o Cacuriá de Dona Teté, Boi Encanto da Ilha, Boizinho Barrica, Boi de Nina Rodrigues e Boi da Madre Deus. “Muito bom e tudo organizado. Vim também para prestigiar Alceu Valença”, afirmou, com o filho de colo. “Um arraial muito bem organizado, a gente fica orgulhoso de ser maranhense”, declarou a universitária Paula Estrela.

Na noite, a primeira atração foi o Cacuriá de Dona Teté que, sob o comando da cantora Rosa Reis, mostrou a irreverência e o gingado da dança genuína do Maranhão. Em seguida, o Boi Encanto da Ilha mostrou energia e uma orquestra bem afinada.

O cantor Alceu Valença subiu ao palco por volta das 21h20 e chegou com sua energia de sempre e um chapéu de cangaceiro na cabeça. Valença fez a plateia cantar suas canções em coro uníssono. Brincou, conversou, deitou sobre o chão do palco. Também usou um chapéu bordado de amo de bumba meu boi que ganhou da secretária Olga Simão antes de subir ao palco.

“Estou feliz de voltar ao Maranhão: a terra de Joao do Vale, com quem aqui eu cantei. Eu amo o Nordeste e acho que no Nordeste tudo está interligado, principalmente a nossa música. O Nordeste é autêntico e não precisamos imitar ninguém, onde quer que estejamos”, disse, em entrevista antes do show.

O Arraial da Lagoa foi encerrado com a criatividade do Boizinho Barrica, que fez um passeio pelos ritmos do estado, seguido pela beleza das índias do Boi de Nina Rodrigues, sob o comando de Concita Braga; e pelo batalhão do Boi da Madre Deus com suas matracas e caboclos de pena.

Para quem passou a temporada dançando, o saldo foi positivo. “Enfrentamos uma maratona de apresentações e queremos mais. Nós participamos com prazer porque amamos o bumba meu boi. E temos mais apresentações em julho”, disse a índia Rênya Tajra.

Festança garantiu lucro aos donos de barracas e artesãos

No Arraial da Lagoa, a festa não foi somente dos grupos folclóricos e de quem assistiu ao espetáculo de ritmos e cores, mas também de quem trabalhou nas barracas e nos estandes do artesanato. Donos de bares da Lagoa que comandaram espaços de comercialização de comidas típicas, por exemplo, deram nota 10 para a estrutura do arraial e afirmaram que a expectativa em termo de vendas foi superada.

“O nosso sucesso, sem dúvida, deveu-se ao esforço de quem coordena este espaço, que por sua organização, atraiu muita gente do início ao término. Viemos oferecer também um serviço de qualidade para as famílias, caprichando no cardápio. Estamos finalizando satisfeitos”, disse o empresário José Iran, proprietário do restaurante Kitaro.

Lúbio Poechat, do restaurante Katalana, contou que as vendas foram excelentes ao longo das 11 noites. “A nossa barraca ficava ainda mais lotada nos principais shows, a exemplo do show de Alcione e do show de hoje, com Alceu Valença”, revelou, na correria do atendimento.

Na barraca do Voluntariado de Obras Sociais (VOS), o trabalho da última noite foi dos funcionários públicos lotados nas Secretarias de Estado de Meio Ambiente (Sema), de Trabalho e Economia Solidária (Setres) e de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap). “Já estamos acostumados a lidar com o público, mas esta experiência nos oportunizou um contato ainda mais caloroso. Foi um trabalho muito gratificante, pois sabemos que é também solidário, além de muito divertido”, disse Dalva Gomes, da Sema, referindo-se à renda a ser revertida para as obras sociais do VOS.

Maria Firmina dedicou-se à venda do artesanato maranhense e destacou o interesse dos turistas. “Eles chagavam, olhavam tudo, perguntavam e acabavam levando alguma coisa. Por aqui passaram até estrangeiros”, disse a artesã.

Texto: Evandro Junior (SECOM)
Fotos/Geraldo Furtado (secom)

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